Nesta sexta feira faz 25 anos da morte do jornalista Paulo Francis e o Contando a História presta uma homenagem a um dos mais influentes jornalistas do Brasil.
Paulo Francis era o pseudônimo de Franz Paul Trainini Heliborn, nascido em 1930 e começou carreira como ator de teatro, chegando a estudar literatura dramática na Universidade de Columbia. Quando voltou ao Brasil dirigiu várias peças de teatro e pela sua experiência como diretor tornou- se crítico literário no extinto jornal Diário Carioca. Durante a ditadura militar Francis passou pelo Pasquim e Tribuna da Imprensa até ser preso em 1968 deixando a prisão um mês depois. Deixou o Brasil para morar definitivamente em Nova York em 1971, lá escreveu vários artigos e em 1975 virou correspondente da Folha de S.Paulo até 1990 quando comprou briga com Caio Túlio Costa, então ombudsman do jornal e se transferiu para o concorrente O Estado de S.Paulo onde passou a escrever sua coluna, posteriormente publicada em O Globo (1992). Na TV foi comentarista da Rede Globo entre 1981 e 1997 e de 1993 a 1997 fez parte do Manhattan Connection.
Polêmico Francis fez inimigos e desafetos em toda sua carreira. Tomou posição contrária à presença americana na Guerra do Vietnã e na ocupação da Palestina, colecionou processos, um deles de Joel Rennó, ex- presidente da Petrobras. Além da atividade na TV e na imprensa escreveu os livros Cabeça de Papel e Cabeça de Negro. Após a ditadura mudou sua postura ideológica, foi opositor do governo Sarney e apoiou FHC na eleição de 1994. No dia 4 de fevereiro de 1997 Paulo Francis sofreu um ataque cardíaco morrendo no seu apartamento e quem o encontrou morto foi Lucas Mendes, seu colega de Manhattan Connection. O seu corpo foi embalsamado e transportado para o Brasil onde foi enterrado no Cemitério São João Batista. Foi casado com a jornalista Sônia Nolasco.
Aqui a repercussão da morte pelos jornais do dia seguinte:
- O Globo trouxe três páginas no Segundo Caderno e na manchete dizia que Francis era o peão de todas as guerras. Na edição do dia 9 de fevereiro foi publicada a última entrevista, dada ao saudoso Geneton Moraes Neto e a última coluna Diário da Corte. Ainda trago aqui a primeira coluna publicada no jornal carioca em junho de 1992.
- Estadão e Folha dedicaram duas páginas sobre a morte do jornalista.
- A revista Veja dedicou capa e oito páginas de reportagem (essa edição eu tinha, aliás comprei este exemplar no sábado de carnaval e como todos sabem eu aboli os meios impressos), mas infelizmente o acervo da revista sumiu pois queria postar a matéria, mas na manchete de capa dizia que ele iria fazer falta e o chamou de exasperante.
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