Há exatos 10 anos o Brasil viveu dias de protestos intensos que marcaram uma guinada na política brasileira com a eclosão das Jornadas de Junho.
O movimento que mobilizou massas teve como alvo das críticas o aumento da tarifa do transporte público de R$ 0,20, mas não foi só o transporte público não, a violência policial, os baixos investimentos em serviços públicos e os gastos em megaeventos esportivos foram alvos das manifestações.
Os protestos ganharam as ruas do país e Brasília foi alvo de um novo protesto, agora em plena Copa das Confederações. No estádio Mané Garrincha o Brasil venceu o Japão por 3 x 0, mas a torcida vaiou a então presidente Dilma Rousseff e do lado de fora da arena manifestantes protestaram contra os altos gastos na construção de estádios.
Na segunda-feira, 17 de junho o país foi às ruas e várias capitais registraram protestos e a classe política entrou na lista de alvos. O Blog de knunes acompanhou os protestos e trago aqui o relato.
O BRASIL GRITA POR DIAS MELHORES, PROTESTA CONTRA INJUSTIÇAS E POR UM PAÍS MELHOR
O dia 17 de junho de 2013 entra pra história do Brasil como o dia em que milhares de brasileiros saem às ruas pedindo mais justiça. Uma onda de protestos invadiu as capitais do Brasil e as pautas são muitas: aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, gastos excessivos para a Copa das Confederações, aliás, esses protestos acontecem em plena competição acontecendo, além de outros temas. Em São Paulo até o momento os protestos ocorreram em grande tranquilidade, mas os manifestantes seguem até o Palácio dos Bandeirantes. No Rio de Janeiro, mais de 100 mil pessoas faziam um protesto pacífico até que um pequeno grupo resolveu atear fogo na sede da Assembleia Legislativa. E em Brasília, um grupo de manifestantes resolveu tomar o Congresso Nacional, só que a Tropa de Choque da Polícia está pronta caso ocorra uma invasão. Pois essa é a realidade que estamos vivendo. Como se as vaias à presidenta Dilma no sábado fossem um recado, essas manifestações mostram que o Brasil que queremos seja mais justo, pois cansamos de promessas vazias. O povo acordou e tomara que nossos políticos e governantes tenham mais vergonha na cara.
No dia seguinte houve novos protestos em São Paulo com agressões à vários órgãos de imprensa e no meio de tudo aparecem os blackblocks, um grupo de mascarados arruaceiros que só querem baderna. Diante de toda repercussão e dos protestos as tarifas voltaram a ser cobradas a R$ 3.
1 milhão nas ruas do Brasil em mais um dia de protestos violentos
Os protestos tomaram conta do país e nesta quinta as manifestações reuniram mais de 1 milhão por todo o país, mas houve confrontos no Rio de Janeiro onde um grupo de manifestantes promoveu quebra quebra na Avenida Presidente Vargas e novas cenas de vandalismo com um carro de reportagem do SBT sendo queimado. Em Brasília, manifestantes invadiram o Palácio do Itamaraty e três pessoas foram gravemente feridas. Em Ribeirão Preto uma pessoa morreu durante manifestações. O governo resolveu agir diante da onda de protestos e a presidenta Dilma Rousseff convocou reunião de emergência nesta sexta feira depois das cenas de violência, afinal o Brasil vive um momento histórico, mas é preciso separar o joio do trigo, pois esta minoria que só quer aproveitar a onda para mostrar seu lado radical precisa ser detida, afinal estamos num momento belíssimo de nosso povo demonstrando toda sua indignação diante de tudo isso. Sempre foi assim, as grandes conquistas vieram do povo e não vai ser agora que vamos ficar calados.
Diante de toda a repercussão Dilma Rousseff fez um pronunciamento no dia 21 e exaltou as manifestações e criticou a violência, três dias depois reuniu governadores e prefeitos apresentando um pacto com cinco propostas.
O dia 20 de junho entra pra história como o dia em que 1 milhão foram às ruas protestando contra a corrupção, a PEC 37 e reivindicando mais saúde e educação além de transporte digno. Brasília com 35 mil manifestantes viu o Palácio do Itamaraty ser ocupado por vândalos e a resposta dos PMs foi atacar com gás lacrimogêneo. No Rio, mais de 300 mil pessoas e em São Paulo 100 mil foram às ruas.
Logo depois dos protestos o governo implanta uma série de medidas. Uma delas é o programa Mais Médicos com o objetivo de levar saúde às regiões mais carentes. Até agora o programa já atraiu mais de 10 mil médicos vindos de Cuba. A Copa das Confederações foi outro alvo da fúria dos manifestantes. Durante as partidas houve protestos exigindo saúde, educação e transporte com padrão FIFA. Logo depois vieram outros protestos, sem a mesma intensidade do que ocorreu em junho. Mesmo assim a onda de manifestações teve como resultados a rejeição da famigerada PEC 37 e a aprovação pelo Senado que transforma corrupção em crime hediondo. A voz das ruas falou mais alto em 2013.
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