Há exatos 50 anos completos hoje um saltador anônimo se tornou recordista mundial no salto triplo.
João Carlos de Oliveira era um desconhecido atleta de 21 anos quando foi pra sua segunda tentativa na disputa do salto triplo nos jogos Pan Americanos do México e ele obteve uma marca fantástica: 17m89, novo recorde mundial da prova até então. A marca se tornou a melhor do mundo superando em 45 cm a marca anterior de 17m44 do soviético Viktor Saneyev. Era o surgimento de João do Pulo. O saltador se tornava o terceiro triplista brasileiro a estabelecer recorde, antes Adhemar Ferreira da Silva e Nélson Prudêncio obtiveram recordes mundiais. A partir daí sua carreira deslanchou. João do Pulo chegou no ano seguinte aos jogos olímpicos de Montreal no Canadá como recordista mundial do salto triplo e apesar de ter feito cirurgia conquistou a medalha de bronze, quatro anos depois em Moscou foi novamente bronze, mas cercado de polêmica pois metade de seus saltos foram queimados de forma suspeita. Isso foi revelado em 1992, mas a polêmica não foi além. Sua carreira foi tragicamente interrompida em dezembro de 1981 quando sofreu um grave acidente automobilístico que levou meses depois à amputação da perna direita. O recorde mundial durou dez anos até ser batido pelo americano Willie Banks em 1985. João do Pulo acabou sofrendo depois com o alcoolismo e faleceu em maio de 1999 aos 45 anos.
Vejamos como a imprensa brasileira registrou esse momento:
O recorde foi destaque em primeira página nos jornais do dia seguinte apesar do fuso horário de 4 horas a menos.
O feito rendeu capa na revista Veja e foi matéria de abertura de Manchete na edição do dia 1º de novembro.
E aqui um vídeo do feito alcançado pelo atleta.
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