Há exatos 20 anos o Brasil viu um crime bárbaro que chocou a todos e em meio às atenções por causa da Copa do Mundo disputada na Ásia.
O jornalista Tim Lopes havia sido dado como desaparecido no dia 2 de junho. Tim estava na Vila Cruzeiro que há menos de 10 dias atrás voltou a virar notícia devido à operação da polícia que terminou com 23 pessoas mortas e iria produzir uma reportagem para a TV Globo sobre abuso de menores e tráfico de drogas na favela onde eram promovidos bailes funk com orgias em menores. Testemunhas disseram à investigação que Tim foi sequestrado, torturado, julgado e executado por traficantes. O chefe do tráfico na região na época era Elias Maluco. Sob o comando de Elias e sua quadrilha Tim acabou sendo morto de forma brutal e no dia 9 de junho a polícia confirmou a morte. Tim foi carbonizado numa fogueira de pneus como se fosse num microondas e seus restos mortais foram confirmados em exame de DNA em 5 de julho. Mais de 100 dias depois do crime Elias Maluco foi capturado e condenado em 2005 a pena de 28 anos e seis meses de prisão e em setembro de 2020 foi encontrado morto dentro da cela em um presídio de segurança máxima no Paraná.
Tim Lopes tinha 52 anos e era um dos jornalistas mais premiados do país com reportagens investigativas que revelaram irregularidades como se tornar dependente químico para mostrar como funcionavam de forma irregular as clínicas de tratamento para dependentes químicos. Passou por órgãos como o Jornal do Brasil, Placar, O Dia, Folha de S.Paulo, O Globo e Rede Globo onde ganhou o reconhecimento e prêmios como o Líbero Badaró e o Prêmio Esso de telejornalismo com a reportagem denúncia Feira das Drogas que denunciou o comércio ilegal de drogas nas favelas da Rocinha, Mangueira e na zona sul carioca.
No dia 9 de junho durante a transmissão do GP do Canadá de Fórmula 1 o narrador Luis Roberto anunciava a morte de Tim e Zeca Camargo abriu a edição do Fantástico daquele dia dizendo que a morte de Tim era a notícia que não gostaria de dar. No dia seguinte o Jornal Nacional com William Bonner encerrou sua edição com aplausos em lugar do silêncio e todos em pé na redação.
Veja como a imprensa acompanhou o caso:
- A notícia da morte nas primeiras páginas de O Globo, Extra, Folha e Estadão em 10 de junho de 2002.
- Toda a repercussão da morte de Tim nos jornais do dia seguinte: O Globo com quatro páginas, Estadão com duas e Folha com uma página.
- No Estadão de 6 de julho a notícia da confirmação da morte de Tim Lopes.
- A notícia da prisão de Elias Maluco rendeu primeira página e cobertura dos jornais de 20 de setembro.
- Fechando o pacote trago a notícia do Estadão de 26 de maio de 2005 sobre a condenação do assassino de Tim Lopes e sua morte noticiada em 23 de setembro de 2020 pelo Globo, Estadão e Folha.
- Finalizo com o vídeo do Jornal Nacional de 10 de junho com o discurso de William Bonner e o gesto do aplauso dado por ele e por toda redação do jornalismo da Globo.
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