Hoje, 8 de junho há exatos 25 anos atrás o Brasil ganhava um novo ídolo no esporte.
O Brasil era o país do futebol, mas descobriu naqueles dias de junho de 1997 que sabia jogar tênis e com um tenista que chegou desconhecido do público, mas aquele jeitão de surfista e um uniforme colorido foi conquistando seu espaço. Seu nome: Gustavo Kuerten, o Guga.
O torneio de Roland Garros na França é um dos quatro mais importantes torneios do Grand Slam junto do Aberto da Austrália, Wimbledon e US Open e Guga disputaria pela segunda vez o torneio. A estreia foi contra o tcheco Slava Dodesel e Guga ganhou o jogo por 3 sets a 0, na segunda rodada o adversário foi o sueco Jonas Bjorkman e Guga venceu o jogo por 3 sets a 1, na terceira rodada a vítima foi o austríaco Thomas Muster, campeão do torneio em 1995 e número cinco no ranking. Guga se superou em quadra e num jogo dramático derrubou Muster por 3 sets a 2 numa virada espetacular se classificando pras oitavas. No jogo das oitavas o adversário foi o ucraniano Andrei Medvedeev e foi uma batalha de dois dias e o brasileiro venceu Medvedeev por 3 sets a 2. O desafio agora era encarar o então campeão do torneio Yevgeny Kafelnikov.
Guga pisava pela primeira vez na quadra Philippe Chatrier, a quadra central e mesmo diante do então terceiro colocado no ranking e detentor do título não se intimidou e mesmo tendo break point quando estava 5/4 no quinto set, reagiu e salvou virando pra match point e com um potente saque Guga destronou Kafelnikov e chegou à semifinal. O feito fez com que Guga aparecesse pela primeira vez nas capas dos jornais brasileiros no dia seguinte dividindo espaço com a seleção brasileira que jogava o Torneio da França.
A semifinal reunia Guga e outra zebra, o belga Filip Dewulf, então 122 do ranking. Pro brasileiro sensação de vingar o amigo Fernando Meligeni, eliminado por Dewulf na segunda rodada. Mesmo assim o jogo não foi o melhor dele no torneio. Após 2h14 de partida Guga superou Dewulf por 3 sets a 1 e chegava à final de Roland Garros, um feito e tanto para o tenista de 20 anos.
E chegou o grande dia: 8 de junho de 1997, milhões de brasileiros ligados na tela torcendo para Guga. Na final o adversário foi o espanhol Sergi Bruguera, bicampeão do torneio em 1993 e 1994. O que parecia ser um jogo difícil acabou se tornando uma vitória fácil pra Guga. A coroação de duas semanas mágicas veio com uma vitória magnífica de 3 sets a 0 com 6/3, 6/4 e 6/2. O mundo do tênis ganhava um novo ídolo e o Brasil ganhava um novo ídolo esportivo no coração que andava vazio desde a morte de Ayrton Senna e ao mesmo tempo despertou no país a Gugamania. O troféu de campeão foi entregue pelo sueco Bjorn Borg, detentor de seis títulos e que na época era o maior campeão de Roland Garros, só superado anos mais tarde por Rafael Nadal. A campanha histórica rendeu dividendos para Guga que saiu do 66º para o 15º lugar no ranking e ainda de quebra foi o primeiro tenista que não era cabeça de chave a conquistar o título.
Os jornais do dia seguinte dedicaram páginas e trouxe pôsteres do novo ídolo do esporte. A revista Manchete publicou capa e 12 páginas sobre o feito. A extinta Rede Manchete transmitiu o jogo com narração de Ruy Viotti e segundo dados do Ibope na época a transmissão da final atingiu 11 pontos liderando no horário em São Paulo.
Aqui trago vídeo da transmissão histórica da Manchete.
E aqui o famigerado plantão da Globo com o saudoso Fernando Vanucci.
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