Há exatos 10 anos completados hoje a televisão brasileira perdia um pouco de carisma com a morte da dama da TV Hebe Camargo.
Hebe Camargo nasceu em 8 de março de 1929 em Taubaté e começou no rádio na década de 1940 na rádio Tupi e em 1950 foi convidada por Assis Chateubriand para inaugurar a televisão brasileira com a primeira transmissão da TV Tupi onde iria cantar o hino da TV, mas desistiu e quem cantou foi Lolita Rodrigues, uma de suas melhores amigas. O seu primeiro programa na TV foi O Mundo é das mulheres em 1955 com direção de Walter Forster na Tupi. Em 1959 deixou a emissora e assina com a TV Continental do Rio de Janeiro onde comanda o programa Hebe comanda o espetáculo por três anos.
Deixou a televisão em 1963 onde focou na carreira musical e em 1965 engravidou e teve o filho Marcello Camargo. Voltou à TV em 1966 na TV Record onde estreou seu programa nas noites de domingo. Fez uma novela, As Pupilas do Senhor Reitor na Record em 1970. Deixou a emissora em 1973 e em 1974 voltou pra Rede Tupi, mas a passagem foi abreviada pela interferência da direção nas pautas. De 1975 a 1978 ficou fora do ar voltando em 1979 na Rede Bandeirantes onde teve duas passagens, a segunda passagem foi em 1982 e em 1985 durante o seu programa jogou o microfone no chão e reclamou com a emissora. No começo de 1986 deixa a Band e assina com o SBT e é no canal de Silvio Santos que Hebe vive o auge. O programa Hebe estreou em 4 de março de 1986 e inicialmente ia ao ar as terças feiras, chegou a ir ao ar aos domingos e se consolidou nas noites de segunda. Ainda apresentou o Hebe por Elas entre 1991 e 1993 e o Fora do Ar entre 2005 e 2007. No sofá onde recebia os convidados Hebe ficava bem à vontade pra falar de diversos temas e de vez em quando soltava os cachorros contra a sociedade e a política e em 1994 dizia ter vergonha de ter um título de eleitor. E quem não gostava de receber um selinho da apresentadora? Essa foi uma das marcas registradas de Hebe e os convidados que passavam pelo sofá recebiam um selinho, um sinal de carinho demonstrado ao longo da carreira. Por se envolver com a política lutou pela liberdade de expressão na ditadura militar e foi eleitora de carteirinha de Paulo Maluf e na década de 1980 defendeu os direitos da classe LGBTQIA numa época que a minoria era tabu.
Em janeiro de 2010 um exame constatou a presença de um câncer primário no peritônio e três meses depois foi curada e resgato aqui postagem do Blog de knunes da época do UOL:
Hebe Camargo está livre do câncer
A apresentadora Hebe Camargo se submeteu a novos exames clínicos que apontaram a cura de um câncer, por isso chegam ao fim as sessões de quimioterapia que vinha sendo submetida desde janeiro. Hebe Camargo foi diagnosticada com câncer no peritônio no dia 11 de janeiro de 2010. A doença, conhecida como carcinomatose, faz com que as células cancerosas se espalham pela membrana que envolve os órgãos do abdômen (o peritônio). Ao saber que está livre da doença, Hebe agradeceu a Deus dizendo que nunca a abandonou. E todos nós estamos felizes com você também Hebe.
No mesmo ano de 2010 retomou a carreira musical lançando o CD Hebe, mulher e amigos e em dezembro anuncia sua saída do SBT e ao mesmo tempo esteve na Rede Globo onde recebeu o Troféu Mário Lago no extinto Domingão do Faustão. Em março de 2011 estreou seu programa na Rede TV! nas noites de terça feira, mas atrasos salariais abreviaram a passagem e acabou sendo seu último trabalho na TV. Dois dias antes de morrer Hebe anunciava sua volta ao SBT, mas ela não teve tempo de realizar o sonho. Na madrugada do dia 29 de setembro de 2012 durante o sono Hebe teve uma parada cardíaca e morreu aos 83 anos encerrando uma trajetória marcante na TV brasileira. O velório no Palácio dos Bandeirantes reuniu artistas e anônimos e o enterro foi no Cemitério Getsêmani. Hebe foi casada com Décio Capuano e Lélio Ravagnani e chegou a declarar em entrevista para Marília Gabriela que gostaria de fazer sexo com o rei Roberto Carlos.
Hebe deixou uma fortuna de US$ 180 milhões e investia em carros, mansões e fez várias festas. Ganhou um troféu Roquete Pinto e 26 Troféus Imprensa além de três prêmios da APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte e teve sua vida revivida em musical dirigido por Miguel Falabella, uma exposição em São Paulo, recebeu nome de duas avenidas e virou filme, Hebe, A estrela do Brasil dirigido por Maurício Farias e estrelado por Andréa Beltrão. A série Hebe está no ar na plataforma de streaming Globoplay.
Eu fiquei sabendo da notícia da morte de Hebe quando estava almoçando no restaurante e a televisão estava ligada no Jornal Hoje e fiquei chocado quando foi anunciada a morte da apresentadora.
Vejamos aqui como a imprensa noticiou a morte da dama da TV.
Nos jornais do domingo 30 de setembro a morte ganhou destaque no alto das páginas do Correio Braziliense, Estadão e Folha e O Globo deu uma coluna de obituário em edição atualizada.
A notícia da morte ocupa três páginas do Correio e Folha que publica caderno especial, duas no Globo e no Estadão.
O enterro no dia seguinte também ocupa boa parte da primeira página dos jornais.
O SBT publicou anúncio de página inteira no Estadão.
E para fechar trago a vinheta de abertura de seu programa no ano de estreia no SBT em 1986. Gracinha!
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