Há exatos 30 anos completados hoje o Brasil perdia um dos políticos mais importantes e defensor da democracia, Ulysses Guimarães.
Ulysses Guimarães foi político, advogado e teve um importante papel na história política do Brasil a partir do golpe de 1964 quando apoiou o regime militar, mas logo depois virou opositor e foi um dos defensores da anistia ampla, geral e irrestrita em 1979 além de lutar pela volta da democracia, o que aconteceu em 1985. Filiou-se ao MDB, depois PMDB onde foi presidente do partido e um dos líderes da campanha por eleições diretas em 1984 ao lado de Tancredo Neves, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Leonel Brizola, Franco Montoro e Orestes Quércia ficando à frente da campanha pela redemocratização sendo chamado de Senhor Diretas.
Com a redemocratização foi o líder que ajudou a construir a Constituição de 1988, a Constituição cidadã que foi promulgada e que teve em Ulysses um papel fundamental para a criação do documento e no discurso disse ter nojo da ditadura. Em sua carreira foi deputado estadual, deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados em três períodos e concorreu à presidência da República em 1989 onde ficou marcado pelo jingle Bote fé no velhinho, mas obteve 4,4% dos votos. Se reelegeu deputado em 1990 e em 1992 foi um dos destaques no processo de impeachment de Fernando Collor de Mello sendo um dos responsáveis pelo processo que culminou no afastamento de Collor em 29 de setembro (ainda este ano relembraremos o impeachment aqui).
No feriado de 12 de outubro de 1992 Ulysses estava em Angra dos Reis quando o helicóptero em que viajava caiu no mar matando todos os ocupantes. Além de Ulysses morreram a esposa, D.Mora, o político Severo Gomes e sua esposa além do piloto. O seu corpo jamais foi encontrado.
Vejamos como a imprensa brasileira documentou o acontecimento.
O Globo foi o único jornal a noticiar o desaparecimento na edição do dia 13 em seu terceiro clichê.
No dia seguinte os jornais dedicaram páginas ao acontecimento e destaque na primeira página.
A revista Manchete publicou um caderno extra de 8 páginas sobre a morte do político.
A revista Veja deu capa e matéria de 8 páginas sobre a morte e a foto de capa foi tirada pelo fotógrafo Orlando Brito, morto este ano numa silhueta escura e o título Por quem os sinos dobram.
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