Há 35 anos atrás a cidade de Goiânia viveu o seu maior pesadelo com o pior acidente nuclear da história do Brasil.
O acidente de Goiânia causado pelo Césio-137 deixou rastro de morte e irresponsabilidade e jamais será esquecido. Tudo começou em setembro de 1987 quando um aparelho de raio X abandonado pelo Instituto Goiano de Radioterapia foi parar em um ferro velho cujo dono repassou o material a outros donos de ferro velho. O material era composto de chumbo, um material de relativo valor financeiro e no manuseio indevido foram liberadas partículas de cloreto de césio, sal obtido pelo radioisótopo 137 e um composto químico de alta solubilidade. Os fragmentos espalhados causaram a contaminação do ambiente e nos locais. O aparelho foi desmontado por Devair Alves Ferreira que era o dono do ferro velho.
As pessoas que foram contaminadas apresentaram sintomas de náusea, vômitos, diarreias e tonturas além de queimaduras na pele e foram levadas a hospitais. O governo goiano demorou 16 dias para identificar o acidente radioativo e comunicar o fato a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN que notificou o fato à Agência Internacional de Energia Atômica. Um plano de emergência foi adotado para identificar os focos de contaminação que foram isolados e depois descontaminados. 79 pessoas foram internadas e 14 foram em estado grave ao hospital Marcílio Dias no Rio de Janeiro e quatro delas acabaram morrendo: no dia 23 morreram Maria Gabriela Ferreira (esposa de Devair) e Leide das Neves Ferreira (sobrinha de Devair), no dia 27 morreu Israel Baptista dos Santos (funcionário do ferro velho) e no dia 28 morreu Admilson Alves de Souza (outro funcionário do ferro velho). Devair acabou morrendo sete anos depois contraindo câncer por caisa da radiação.
Vejamos aqui como a imprensa repercutiu o acidente:
- O Correio Braziliense foi o primeiro a noticiar o fato no dia 30 de setembro, no dia seguinte O Popular de Goiânia deu o fato e o Estadão no dia 2.
No dia 3 surge a notícia das prováveis mortes, mas é no dia 24 que foram noticiadas as mortes de Maria Gabriela e Leide.
Pra fechar trecho da matéria da revista Manchete.
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