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30 anos do impeachment de Fernando Collor

Há exatos 30 anos terminava em renúncia o processo de impeachment que apeou do poder o então presidente Fernando Collor de Mello. 

Eleito pelo voto direto em 1989 Collor prometia levar o Brasil ao primeiro mundo e seu governo vinha tendo acusações de corrupção que não abalavam sua popularidade, além do mais trouxe medidas impopulares como o confisco da poupança que não deteve a inflação. Até que no dia 23 de maio de 1992 a revista Veja ia pras bancas trazendo uma bombástica entrevista com o irmão do presidente, Pedro Collor que acusava o empresário Paulo César Farias, o PC de ser o testa de ferro do presidente e isso originou a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou o esquema PC. Durante três meses a CPI desvendou como funcionava o esquema que beneficiou empresários e que Collor teve gastos da reforma da Casa da Dinda pagos por PC Farias. Ainda foram reveladas a existência de contas fantasmas que foram feitas para realizar pagamento de propinas. O relatório da CPI acusou Collor de ser beneficiário do esquema.

A população saiu às ruas e surgia o movimento dos carapintadas formado por jovens e uma delas no domingo 16 de agosto ao invés das cores do Brasil a população vestiu preto simbolizando luto e aos poucos o movimento ganhou adesões de toda a sociedade. 

No dia 29 de setembro (eu estava lá em meio à multidão que lotou o lado de fora do Congresso) o processo de impeachment foi aprovado na Câmara dos Deputados por 441 votos x 38 e 23 abstenções (eram necessários 336 votos pra aprovação). Collor foi afastado e Itamar Franco assumia interinamente o poder. Collor seria julgado pelo Senado por crime de responsabilidade e o processo durou três meses. Como seria condenado Collor renunciou ao cargo na manhã do dia 29 de dezembro e mesmo tendo renunciado perdeu os direitos polítcos por 8 anos ficando inelegível até o ano 2000 e Itamar definitivamente seria presidente. Logo depois seria absolvido pelo STF das acusações de corrupção passiva, peculato e falsidade ideológica. O Brasil viveria quase 25 anos depois um outro processo de impeachment, mas isso é assunto pra uma outra história. Collor depois voltou, foi eleito senador por Alagoas, Pedro morreria em dezembro de 1994 e PC Farias foi assassinado em junho de 1996.

Vejamos como foi a cobertura maciça da imprensa.

A capa da revista Veja que trazia a entrevista que mudaria os rumos do país e seria o estopim para a crise política. Essa edição esgotou rapidamente nas bancas e fui um felizardo pois tive esse exemplar, depois a Abril teve de reimprimir mais exemplares .Veja foi fundamental na cobertura e trouxe capas que ficaram marcantes na cobertura da crise política, algumas serão reproduzidas a seguir.













Aqui algumas das capas que fizeram história e que ajudaram a derrubar Collor.

A revista Istoé também foi de fundamental importância pois foi decisiva ao apresentar o motorista Eriberto França que apresentou provas do envolvimento do presidente Collor no esquema PC.

 




As páginas dos jornais destacando o domingo em que a população vestiu preto. Depois a primeira página do Globo destacando o relatório da CPI.

 

 

 







Os jornais do dia 30 de setembro destacando a histórica votação na Câmara dos Deputados e a manchete do Globo do dia 3 de outubro retratando a saída de Collor.








As edições dos jornais do dia 30 de dezembro quando o assunto dividiu a primeira página com a trágica morte da atriz Daniella Perez, tema de postagem ontem.

E pra fechar trago um vídeo com a íntegra da votação na Câmara com transmissão original da Rede Globo.

Esta foi a última postagem do Contando a História em 2022 e o blog volta em 2023 quando teremos novas efemérides e a volta das retrospectivas resumidas anuais. Feliz 2023 pra todos!

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