Publicidade

40 anos da inauguração do Sambódromo, a casa do samba no Rio de Janeiro

É Carnaval e há exatamente 40 anos atrás o Rio ganhava um espaço todo dedicado ao samba com a inauguração do Sambódromo do Rio.



O Sambódromo da Marquês de Sapucaí foi idealizado por Darcy Ribeiro, na época vice-governador, executado no governo de Leonel Brizola e projetado por Oscar Niemeyer e teve suas obras iniciadas em outubro de 1983 sendo concluídas em fevereiro de 1984 à tempo da realização dos desfiles das escolas de samba. Para concluir a obra em tempo recorde operários e empreiteras não mediram esforços trabalhando de forma alucinante em três turnos para entregar no prazo. O projeto original foi concluído em 2012 quando a fábrica antiga de uma cervejaria foi demolida para a construção de quatro blocos de arquibancadas.

Na sexta-feira, 2 de março de 1984 o Sambódromo estava oficialmente inaugurado com o desfile das escolas de samba do Grupo 1-B, hoje Série A, o grupo de acesso e a escola de Jacarepaguá Império do Marangá é quem desfilou. No domingo, 4 de março houve o desfile do então Grupo 1-A, o que é hoje o Grupo Especial, a elite das escolas de samba cariocas. A grande novidade era a divisão dos desfiles, antes era em um só dia, agora passaria a ser de dois dias e no carnaval de 84 tivemos duas campeãs: a Portela que ganhou o desfile de domingo e a Estação Primeira de Mangueira, campeã na segunda. O que valeu mesmo foi o Supercampeonato em 10 de março quando a Mangueira foi de fato campeã com um enredo exaltando o compositor Braguinha e foi a única vez que esse desfile foi realizado, hoje virou o desfile das campeãs. A partir de então os desfiles obrigaram as escolas a inovarem. A Mangueira conquistou o título num desfile histórico quando voltou da Praça da Apoteose e levou o povo a sambar junto com a escola. Na era Sambódromo a Beija Flor é a maior campeã com 9 títulos seguida da Mangueira com 8 e Imperatriz Leopoldinense com 7, sendo o último no ano passado.

 

 

Na televisão os direitos foram adquiridos com exclusividade pela Rede Manchete que ainda nem completava um ano no ar e a Rede Globo pela primeira e única vez não transmitia os desfiles e adotou o lema: Programação normal e o melhor do Carnaval. Nos índices de audiência a Manchete deu uma verdadeira surra na Globo com uma maratona de 84 horas no ar que envolveu mais de 1000 profissionais e uma equipe qualificada de gente que entende do assunto. Depois desse episódio a Globo nunca mais deixou de transmitir os desfiles, já a Manchete deixou de existir em 1999 e transmitiu o carnaval até 1998. 

Vejamos aqui como a imprensa cobriu esse fato.

A extinta revista Manchete destacou o andamento das obras na edição de 17 de dezembro de 1983 em matéria de três páginas. Adolpho Bloch tinha uma excelente relação com Brizola, diferente de Roberto Marinho.


Na edição de 3 de março de 1984 de Manchete a nova passarela foi apresentada, na edição de 17 de março, a inesquecível edição de Carnaval que era sempre a mais vendida destaque para o primeiro desfile e na edição seguinte destaque pro Supercampeonato da Mangueira. Veja deu destaque também pra conquista da escola verde e rosa. Essas edições físicas eu tive pois havia realizado o sonho de ter todas as edições de 1984 por causa do seu visual moderno pra época, pois eu descartei em 2019 já que tem tudo na Hemeroteca Digital.








O Globo fez matérias críticas, mas cobriu os desfiles.

E aqui um documentário da Rede Manchete sobre a construção do sambódromo exibido em 1994 na ocasião quando completaram 10 anos da inauguração.

CONVERSATION

0 $type={blogger}:

Postar um comentário