Hoje, 15 de novembro faz 35 anos que os brasileiros voltaram a eleger o presidente da República pelo voto direto.
A eleição presidencial de 1989 pôs fim à um hiato de 29 ano sem que a população fosse às urnas escolher o presidente. O Brasil passava pelo período de transição entre o fim da ditadura militar e a Nova República. O governo de José Sarney amargava a impopularidade somados ao fracasso de planos econômicos como o Plano Cruzado e Cruzado II. Ao mesmo tempo o país ganhava uma Constituição que permitiu a volta da eleição. Assim os partidos políticos se mobilizaram e o eleitor estava confuso diante de tantas promessas vazias e a situação econômica piorava pois o Brasil estava á beira de uma hiperinflação.
Um número recorde de 22 candidaturas foi lançado e o Brasil viveu meses de campanha intensa onde os candidatos percorreram o país para apresentar propostas. Além disso havia o horário político gratuito em dois horários com 1h10 de duração e jingles inesquecíveis dentre os quais Lula Lá, Juntos chegaremos lá e Meu Nome é Enéas do candidato Enéas Carneiro do PRONA.
Lista dos candidatos da eleição presidencial de 1989
- Paulo Maluf (PDS)
- Leonel Brizola (PDT)
- Luís Inácio Lula da Silva (PT)
- Affonso Camargo (PTB)
- Ulysses Guimarães (PMDB)
- Antônio Pedreira (PPB)
- Fernando Collor de Mello (PRN, mas o número era do PSC)
- Guilherme Afif Domingos (PL)
- Roberto Freire (PCB)
- Aureliano Chaves (PFL)
- Armando Correa, depois Silvio Santos (PMB)
- Lívia Maria (PN)
- Zamir Magalhães (PCN)
- Celso Brant (PMN)
- Fernando Gabeira (PV)
- Marronzinho (PSP)
- Mário Covas (PSDB)
- Ronaldo Caiado (PSD)
- Paulo Gontijo (PP)
- Eudes Mattar (PLP)
- Enéas Carneiro (PRONA)
- Manoel Horta (PDC do B)
Antes da votação teve um caso pitoresco. O empresário e apresentador Silvio Santos (1930-2024) foi lançado como candidato pelo obscuro PMB, mas a candidatura foi impugnada pelo TSE. No dia 15 de novembro de 1989 o Brasil foi às urnas e ao final dois candidatos foram pro segundo turno: Fernando Collor de Mello, lançado pelo PRN e Luís Inácio Lula da Silva pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Collor e Lula foram pro segundo turno e na campanha do segundo turno houve dois fatos que mudaram a história: a filha que Lula não assumiu e a edição tendenciosa da Rede Globo do debate presidencial à favor do candidato Collor.
Em 17 de dezembro tivemos o segundo turno da eleição e Collor foi eleito com mais de 35 milhões de votos, mas seu mandato foi abreviado em 1992 ao sofrer impeachment, assunto já tratado aqui, ficou 8 anos sem direitos políticos, voltou, foi eleito senador e agora está perto de ir pra cadeia pois o STF manteve a pena de 8 anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Vejamos como foi a cobertura da imprensa:
Algumas capas de Veja, Manchete e Istoé, na época Istoé Senhor sobre o pleito. Tive as edições de Veja pois foi nesse ano que passei a colecionar a revista.
Os jornais do dia seguinte já dando a vitória pra Collor.
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