Há 35 anos atrás o Brasil via mais uma tentativa de deter o dragão da inflação e que terminou sendo um colossal fracasso antes do Plano Real.
O Plano Collor foi o pacote econômico adotado por Fernando Collor de Mello com o intuito de conter a inflação que antes da sua posse em 15 de março de 1990 beirava os 80% ao mês e o país sofria com a hiperinflação que corroía o poder de compra do brasileiro e o então presidente dizia ter uma bala na agulha e não podia falhar. O plano, inicialmente chamado plano Brasil Novo consistia em estabilizar a economia através do congelamento de preços, a abertura da economia, mas ficou marcado pela polêmica do confisco da poupança, um dos fatores do declínio do investimento.
A medida do confisco deixou muita gente sem reservas. O confisco foi a mais impactante medida e consistia em bloquear o acesso a contas bancárias, poupança e demais ativos limitando os saques em NCZ$ 50 mil (cinquenta mil cruzados novos) que nos valores atuais seria em torno de R$ 5533,02 e o bloqueio durou 18 meses sendo liberado em 12 parcelas com juros e correção monetária, por outro lado a abertura da economia levou o país a reduzir as barreiras comerciais e produtos estrangeiros chegavam ao país estimulando o aumento da competição e a eficiência do setor. Ainda teve o programa de desestatização que consistia em privatizar empresas estatais. A moeda voltou a se chamar cruzeiro (Cr$) que substituiu o cruzado novo.
Apesar dessas medidas o plano foi um fracasso pois houve escassez de produtos, filas e desabastecimento, o desemprego aumentou devido á frequente demissão de trabalhadores e o confisco causou queda nos índices de popularidade do governo. Por conta disto em janeiro de 1991 foi lançado o Plano Collor II que foi a continuação do Plano Collor e mesmo assim a inflação não foi contida. Do lado político o plano contribuiu pro desânimo da população e depois o governo perdeu apoio político seguido das denúncias impactantes que levaram Collor a sofrer impeachment em 1992.
A ideia do plano foi de Antônio Kandir, economista que integrou a equipe que tinha ainda Ibrahim Eris, Luís Octávio da Motta Veiga e Zélia Cardoso de Mello que foi a ministra da economia e entre 90 e 91 viveu dias entre o céu e o inferno até ser substituída por Marcílio Marques Moreira que ficou no cargo até o impeachment de Collor.
Vejamos como a imprensa cobriu o período conturbado da economia brasileira.
Nos jornais do dia seguinte, 17 de março o plano é detalhado
Algumas capas de Veja e Istoé Senhor da época.
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