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40 anos da histórica medalha de ouro de Joaquim Cruz nos Jogos de Los Angeles

A Olimpíada de Paris está rolando em sua reta final, mas há 40 anos atrás nos Jogos Olímpicos de Los Angeles o Brasil conquistava uma medalha épica no atletismo com o brasiliense Joaquim Cruz.

 


Joaquim Cruz então com 21 anos chegou a Los Angeles como um dos favoritos a conquistar a medalha de ouro na prova dos 800 m rasos pois um ano antes foi medalha de bronze no mundial de atletismo em Helsinque, mas ele tinha como grande adversário o inglês Sebastian Coe que era o recordista mundial na ocasião além de Steve Ovett, campeão olímpico em Moscou. As provas de atletismo foram disputadas no Coliseu de Los Angeles. As eliminatórias foram disputadas no dia 3 de agosto de 1984 e Cruz começou bem vencendo sua série com 1min45s66, depois nas quartas de final baixou seu tempo pra 1min44s84, na semifinal baixou de novo o tempo pra 1min43s82. Ele então viraria favorito pra final olímpica.

 

 


Naquela segunda-feira, 6 de agosto Joaquim Cruz disputaria a final olímpica da prova como grande favorito, mas sabia que tinha um grande desafio pela frente. Antes de contar como foi a prova vale lembrar que sua carreira no esporte começou no basquete, mas o técnico Luiz Alberto de Oliveira, falecido em 2021 descobriu nele o potencial pra se tornar um corredor, mesmo com uma perna 2 cm mais curta que a outra. Voltando à prova fazia um forte calor na Califórnia e o estádio estava lotado. Cruz partiu da raia 6 e foram duas voltas de tensão, pois Cruz ficou 600 metros (¾ da prova) em segundo lugar sempre prestando atenção em Coe, mas nos 200 metros finais ele resolveu arrancar e com passadas largas passou à frente do queniano Koech e entrou na reta final na frente disparando pra vencer e bater o recorde olímpico da prova até então com 1min43s00, marca que durou 12 anos, Sebastian Coe ficou com a medalha de prata e Earl Jones dos EUA ficou com a medalha de bronze. Após a conquista o brasileiro deu a volta da vitória com a bandeira do Brasil que foi dada pelo porteiro do prédio onde morava e que ele lembrou na hora e aquela cena nunca mais saiu da minha memória pois foi minha primeira grande emoção esportiva que vivi e essa conquista inspirou muita gente que anos mais tarde seriam atletas olímpicos entre eles o velejador Robert Scheidt, dono de cinco medalhas olímpicas sendo duas de ouro. No pódio Cruz recebeu a medalha de ouro, a primeira e única do país em provas de pista até aqui. Logo depois do ouro olímpico ele chegou a ficar quatro centésimos do recorde mundial e ao mesmo tempo começou a enfrentar lesões frequentes no tendão de aquiles que foram minando sua condição física, em 1988 nos jogos de Seul conquistou a medalha de prata, mas ficou marcado por uma declaração polêmica sobre doping. Ele ainda disputou os Jogos de Atlanta em 1996 quando foi o porta bandeira da delegação, mas não foi muito além e em 1997 encerrou carreira. Morando nos EUA ele se tornou técnico da seleção americana de atletismo paralímpico. Em 2015 foi lançado o livro Matador de Dragões, a autobiografia do corredor.

Vejamos como a imprensa brasileira cobriu o evento






A conquista de Cruz foi destaque de primeira página nos jornais do dia seguinte, 7 de agosto. O Correio Braziliense, jornal da capital destacou no alto da primeira página Joaquim Cruz descobre o ouro. O Globo deu a seguinte manchete Medalha de Ouro para Joaquim Cruz, o Jornal do Brasil fez três edições pra destacar a conquista e foi o único a publicar uma foto do pódio.

 

Nas revistas o feito foi matéria de capa. Veja teve que atrasar a edição naquele fim de semana, pois era costumeiro chegar às bancas e às casas dos assinantes no domingo e dedicou a capa da edição datada de 15 de agosto a Joaquim Cruz com a manchete Ouro! A grande Olimpíada brasileira,. Placar na fase Todos os Esportes também dedicou capa com o atleta no centro e a manchete Nossa melhor Olimpíada e Manchete colocou na capa da edição de 25 de agosto Cruz e Bernard, jogador de vôlei juntos na capa e o feito foi registrado em matéria de 2 páginas.

Aqui temos a transmissão da TV Globo na voz de Osmar Santos, o pai da matéria e um detalhe, foi a primeira vez que uma final olímpica foi transmitida pela televisão brasileira e eu assisti essa prova numa velha TV preto e branco daí o porque de ser minha primeira grande emoção esportiva. Ainda transmitiram essa corrida Álvaro José (Band, mas na época a emissora não pegava em Brasília), Adhemar Ferreira da Silva pela Manchete que na época era retransmitida pela Nacional e J.Hawilla pela Record/SBT que na época era retransmitida pela TV Brasília.

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